segunda-feira, janeiro 09, 2006

por vezes ouço vozes

por vezes ouço vozes que me chamam. olho em redor e nada vejo, só as vozes parecem existir, sem corpo, desconcertantes e frias. ferem a minha triste existência, torturam-na. as vozes, em uníssono, avançam para mim. só há espaço para um de nós. vou ceder, como sempre cedi. parece-me inevitável. as vozes acabarão por ganhar. só ou acompanhado, as vozes far-se-íam sempre ouvir.

Paulo Pinto, 2006

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