domingo, julho 24, 2005

jardim do desejo



(Paulo Pinto, 2005)

o que somos e quem somos não depende de nós, depende dos outros. por nós, seríamos sempre os mais puros, amigos e honestos dos homens. mas, pelos outros, poderemos talvez ser outra coisa qualquer, longe da nossa realidade, mas perto da realidade de cada um deles. os outros. aqueles que nos julgam e nos imaginam monstros ou fadas, doces ou agrestes. no jardim do desejo eu gostava de ser aos olhos dos outros o que sou aos meus, mas estaria a ser castrador. o que eu serei, será sempre o que os outros pensarão de mim, por muito que me incomode. os meus medos são só meus, assim como o que eu penso de mim é só meu. no jardim do desejo desejo-te e quero-te e quero-te só para mim.

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